Ao passo que me distancio, me aproximo
Sumistes... Esqueço-me
A ironia é que só ao aproximar a tua imagem à menina dos meus olhos
Retoma em meu pensamento
Uma lembrança irreverente
Eloquência triste daquilo que não aconteceu
Inunda a minha mente
Nas águas negras do teu rio
Que agora corre para outros horizontes
No amago profundo da minha loucura insensata, desde os
primórdios da minha existência
Reside um lindo sentimento regado pela timidez e a
obscuridade do medo da perda
Assim, o melhor mesmo é pairar no ar
Manter tudo na mais profana subjetividade incessante
Com estranhas oscilações em entre admiração profanada e
idealização da perfeição humana
Por que em ti, meu grande amor, não há defeitos
Apenas o de não ter a enigmática percepção daquilo que nunca
se se manifestou
Timidez desgraçada! Eu te odeio!
Fruto de uma tenra
infância regrada com exacerbadas doses de preconceito
Se não fosse por você eu arriscaria o tudo ou o nada
Entretanto, és tu famígera infiel
Que garantes a permanência deste amor rarefeito