sexta-feira, 29 de maio de 2015



Não me ensinaram a ser só
Eu sou só por ocasião
Eu não gosto de ser só

Poucas palavras
Pouca companhia
Pouca atenção
Pouca brincadeira

Mas quer saber? 
A única coisa boa de ser só é não sofrer ao ver um amigo partir do nosso convívio
Vai ver por isso faço poucos, me apego à escolhidos a dedo
Porque se sofresse com todos, não sei o que seria de mim

Hoje é um dia triste.

^ ^ 











segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Oca vazia



Yanomami, onde você está?
O cheiro do jasmim está aqui mas onde é que você está?
Para que tribo você foi?
Onde foram seus devaneios carregados de subjetividade que fazem todo o sentido, hein sua índia?
A vontade de exaurir em palavras coisas inexplicáveis ao sentido racional
De repente aflora
Eu sei,
Coisas sem sentido que fazem todo o sentido
Eu sei que diante de tanta racionalidade milimetricamente perfeita
Existe a alma de poeta que se esconde atrás de palavras frias, unilaterais, intelectuais e por demais objetivas
O pior silêncio é o silêncio do poeta
Yanomami carece de seus (próprios) poemas sem sentido
E que fazem todo o sentido

Cecília Nepomuceno